Uma pequena prova de como a sociedade mudou em vários aspectos se compararmos com a época de nossos pais, de nossa infância é o fato de se abordar tema como este que vamos tratar neste artigo: “Como evitar o estresse infantil?”.
Até poucas décadas, o que sabemos hoje se tratar de sintomas de estresse seria interpretado, sem medo de equívoco, de birra, manha, falta de educação e a reação típica a esse problema normalmente apenas agravaria o quadro.
Sim, o mundo mudou bastante.
As crianças que antes brincavam livremente nas ruas, hoje vivem reclusas sendo torpedeadas por aplicativos e entretenimentos eletrônicos, as crianças que antes precisavam se dedicar aos estudos apenas no horário da escola para depois ficar horas à toa desenvolvendo suas próprias percepções sobre o mundo que as cercavam, agora enfrentam jornada dupla ou tripla com cursos complementares extensos e mal têm tempo de notar os acontecimentos na comunidade; as crianças que antes eram cobradas pontualmente ao fim de cada semestre, agora são avaliadas diariamente por uma geração de pais que, acertadamente, estão mais atentos à vida escolar dos filhos.
As nossas crianças vivem em um ritmo e com carga de cobranças muito parecido com a de um adulto, às vezes até mais intenso, e se essa rotina é responsável por desgastar física e emocionalmente um maior de idade, porque não geraria estresse infantil?
Uma pesquisa levantada por Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), com 220 crianças, entre 7 e 12 anos, nas cidades de Porto Alegre e São Paulo, aponta que 8 a cada 10 casos em que os pais recorrem ao um profissional para avaliar os seus filhos, em razão de alterações comportamentais, são derivados dos males do estresse.
Diante dessa realidade, o que os pais podem fazer para evitar o estresse infantil e como identificá-lo?
Sintomas do Estresse infantil
Abaixo segue lista dos sinais mais comuns de uma criança com quadro de estresse. Mas alerta-se que a identificação de apenas um dos sintomas não significa que seja o caso de estresse infantil. O conjunto desses sinais é que eleva a possibilidade de um problema emocional:
- Terror noturno;
- Introversão súbita;
- Medo ou choro excessivo;
- Agressividade;
- Impaciência;
- Pesadelos;
- Ansiedade;
- Dificuldades interpessoais;
- Desobediência;
- Insegurança;
- Hipersensibilidade.
- Dor de barriga;
- Diarreia;
- Tique nervoso;
- Dor de cabeça;
- Náusea;
- Hiperatividade;
- Enurese noturna (xixi na cama);
- Gagueira;
- Tensão muscular;
- Ranger de dentes;
- Falta de apetite;
- Mãos frias e suadas.
Fatores que causam o estresse
Para enfrentar o problema do estresse infantil é preciso identificar os fatores mais comuns que propiciam a instalação da disfunção emocional. Que são:
- Excesso de responsabilidades;
- Cobrança diária e exagerada por resultados;
- Brigas conjugais;
- Dificuldade de relacionamento com irmãos/colegas.
- Mortes na família;
- Mudanças constantes de residência;
- Restrições advindas por problemas econômicos;
Segue algumas recomendações para pais ou responsáveis para evitar e combater o estresse infantil:
Diminua as atividades
O primeiro passo é identificar exatamente a causa principal que está gerando o estresse. Mas para isso a criança precisa se abrir, relatar o que está ocorrendo, o que nem sempre é um processo simples devido a sua imaturidade ou falta de condições para se expressar.
Como o tempo é algo precioso e o prolongamento desse estado nocivo só pode potencializar os problemas decorrentes do desgaste, a ação mais indicada é diminuir a carga de trabalhos, tarefas diárias do infanto. Mais tempo livre para descansar o corpo e a mente, para refletir, é sempre medida salutar em prol do reequilíbrio emocional.
Cobre adequadamente
Se cobranças excessivas afetam a saúde de adultos, ocasionando crises de ansiedade, depressão, problemas cardíacos e gástricos, o mesmo pode ocorrer com as crianças e para evitar o estresse infantil é mais do que necessário encontrar o tom e a dose adequada para fazer exigências.
Crianças não vão conseguir sempre apresentar os melhores resultados possíveis ou atender as expectativas, porque estão em fase de aprendizado; o erro, a falha é necessária para que possa se desenvolver. Acresce que o desenvolvimento psíquico e motor de cada uma ocorrem em ritmo próprio. Muitas dessas cobranças podem ser injustas em razão de ainda não estarem preparadas para lidar com a situação.
Na dúvida, cobre pelo esforço, não pelo resultado.
Não o mime
Se exigir demais pode ser prejudicial, o inverso também não contribui para evitar o estresse infantil.
Protegê-las de todas as situações que possam enfrentar algum nível de estresse, ceder a todos os seus caprichos, torná-las pequenos imperadores dentro da própria casa fará com que lide muito mal com as ocasiões em que a cobrança seja inevitável, demonstrará baixa resistência, levando-a a comportar-se inadequadamente.
Se não receber orientações corretas em tempo oportuno, enfrentará problemas indigestos no transcorrer da juventude e fase adulta.
Antes de concluirmos, acredito que este conteúdo possa ser interessante: Como o coaching infantil pode contribuir para o desenvolvimento do seu filho.
Conclusão
Para evitar ou enfrentar o estresse infantil necessita-se primeiro diagnosticar o problema. A ocorrência de um conjunto de sintomas pode ser indicativo do transtorno. Algumas medidas benéficas são:
- Diminuir a carga de responsabilidades
- Moderar o nível de exigência;
- Não mimar demais o infanto.
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