A mudança de hábitos causada pela pandemia do coronavírus trouxe à tona alguns problemas que passavam despercebidos antes. A rotina mais agitada, com compromissos e agenda lotada mascaravam a necessidade do cuidado com a saúde mental por meio dos comportamentos e pensamentos do cotidiano.
Um dos problemas que ficou mais evidente durante esse período de quarentena e isolamento social foi o alcoolismo e outros vícios. A quantidade de álcool ingerida pelas pessoas tem chamado a atenção de autoridades da área de saúde e reforçado a necessidade de prevenção e cuidados redobrados.
Estudos sobre o assunto
A preocupação vem desde o mês de março, quando um estudo foi publicado na revista Alcohol and Drug Review. Pesquisadores do Brasil, Canadá, Estados Unidos e África do Sul, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) se reuniram para pesquisar sobre as tendência do consumo de álcool durante a pandemia.
Por meio do levantamento, eles apontaram as diferentes estratégias ao redor do mundo para criar políticas restritivas na venda de bebidas alcóolicas. Apesar do fechamento de bares e restaurantes no Brasil, a venda de bebidas online e por delivery continuam funcionando normalmente e, ainda, com descontos e promoções.
Esse consumo aumenta porque o álcool funciona como uma válvula de escape para o estresse e problemas enfrentados no cotidiano, além da falsa sensação de relaxamento. Uma pesquisa de comportamento realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Estadual de Campinas aponta que cerca de 18% dos adultos relataram aumento do consumo de bebidas alcóolicas durante a pandemia.
Dentre as pessoas entrevistadas, 24% afirmar que esse aumento da ingestão acontece em momentos em que elas se sentem deprimidas ou tristes. Por isso, se torna maior a necessidade de cuidar da saúde mental de forma equilibrada, evitando os excessos e a busca por elementos e substâncias que podem trazer prejuízos a curto, médio e longo prazo.
As consequências do excesso
O consumo excessivo de álcool e drogas pode causar, além do vício, outros problemas de ordem emocional, psicológica, mental e de relacionamentos. Insônia, depressão e ansiedade são alguns dos transtornos associados ao abuso dessas substâncias e, quando o indivíduo passa por situações de alto estresse, como na quarentena, por exemplo, elas têm maior probabilidade de se desenvolver.
Além disso, o excesso de álcool e outras substâncias acaba sendo nocivo ao sistema imunológico, podendo aumentar o risco do indivíduo contrair infecções bacterianas e virais. Ou seja, nesse momento é essencial o cuidado redobrado com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Claro que isso não significa que você não pode beber em nenhum momento da quarentena. Então como diferenciar o consumo controlado do vício e excesso? Alguns dos sinais de que o seu consumo não está mais saudável são:
- Prejuízo nas atividades do dia a dia por causa da bebida
- Grande tolerância alcoólica
- Crise da abstinência quando fica sem ingerir álcool
- Substituição de compromissos pela bebida
Outro problema que está frequentemente associado ao abuso e vício de bebidas alcoólicas é a violência doméstica, que também aumentou o número de casos nessa quarentena. Devido à agressividade do indivíduo após a ingestão de álcool, a convivência familiar fica mais difícil, causando o distanciamento de outras pessoas e complicando ainda mais o quadro de dependência.
Quem já sofre com vícios ou está tendo dificuldades para lidar com o alcoolismo e o abuso de drogas pode ter abandonado o tratamento durante esse período de isolamento social. Mas, existem dicas de comportamento para aplicar no dia a dia, evitar a recaída e tentar reverter esse caso até que a rotina esteja “normalizada”. Confira aqui algumas delas.
- Mantenha o controle
É importante tentar manter o controle sobre a quantidade de álcool ou outras substâncias que está sendo ingerida. Cada organismo funciona de uma forma, então não é possível definir uma quantia exata de copos ou taças de bebida. Mas, para ajudar a ter mais controle, uma dica é manter, no máximo, uma dose por dia, e se alimentar enquanto bebe. Assim, o efeito do álcool no seu corpo – e na mente – passa a ser menor, já que a substância se dilui durante a digestão.
Além disso, você pode começar a anotar a quantidade de álcool que consome sempre que bebe – ou outras substâncias também. Dessa forma, você vai conseguir entender o próprio limite e perceber quais sinais fazem mal ao seu bem-estar mental, físico e emocional para evitar chegar a esse ponto.
- Cuidado com o estoque
Outra forma de garantir o seu controle da situação é evitar o estoque. Se você não tiver bebidas e outras substâncias na sua casa, vai conseguir diminuir o consumo e evitar o vício, uma vez que essa não vai ser a primeira válvula de escape para lidar com emoções como angústia, raiva, tristeza e medo.
- O conteúdo consumido na quarentena
Se você costuma recorrer à bebida e outras substâncias quando não consegue lidar com os sentimentos negativos, é importante evitá-los enquanto puder. Uma forma de mudar esses hábitos é ter atenção ao conteúdo que você está consumindo durante essa quarentena, seja nas redes sociais, televisão ou livros. Busque temáticas leves e que te ajudem a encontrar o equilíbrio.
A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) lançou uma campanha chamada #sejaluz, onde busca divulgar informações positivas e também conscientizar as pessoas sobre o excesso no consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Além disso, a instituição montou um trabalho voluntário com psiquiatras para atender online de forma gratuita os dependentes químicos e familiares.
- Buscar tratamento
Procurar tratamento, caso você já sofra com alcoolismo e outras vícios é essencial nesse período. Serviços de apoio, como o Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, entre outras, são algumas das formas de tentar manter o período. Além deles, você pode buscar informações sobre metodologias como a Hipnoterapia, por exemplo, que é uma alternativa que te ajuda na mudança de hábitos negativos, como os vícios.
A Constelação Familiar, Terapia da Linha do Tempo e o Coaching Emocional também são outras ferramentas que te ajudam a lidar com os sentimentos de forma mais saudáveis e equilibradas. Venha conhecer um pouco mais sobre cada uma e clique aqui para agendar uma sessão com a que mais se identifica.
