Qual a diferença entre a hipnose clássica e Ericksoniana? Essa costuma ser uma das primeiras curiosidades daqueles que começam a pesquisar e se aprofundar mais sobre o campo da hipnose.

É praticamente impossível não se deparar com essas duas metodologias uma vez se aprofundado no tema.

O que é frequente também é a confusão com esses conceitos, muitos acreditam ou entendem que se tratam de sinônimos, mas essa é uma interpretação equivocada sem dúvida.

Por isso, resolvi neste artigo explicar o que define a hipnose clássica e Ericksoniana. O que são, como são usadas e o que as diferenciam.

Explicar afinal qual a relação entre às duas e como podem ajudar o hipnólogo a chegar ao objetivo que pretende e o paciente aos resultados que espera.

Siga na leitura!

Hipnose clássica: clínica e de palco

Gostaria de iniciar esse detalhamento sobre hipnose clássica e Ericksoniana focando primeiro no modelo clássico e suas ramificações, visto que é anterior ao despontar da metodologia Ericksoniana.

A hipnose clássica é dividida em duas categorias: clínica e a de palco. O método de ambas é o mesmo, mas os objetivos são diferentes.

Às duas usam de técnica de hipnose para induzir a atenção do indivíduo ao seu subconsciente e influenciá-lo por sugestões a adotar determinados padrões de pensamentos.

A diferença entre às duas é que a hipnoterapia está voltada para fins clínicos, isto é, tratar traumas, fobias e todas as questões internas que possam desenvolver distúrbios físicos e emocionais.

Já a hipnose de palco tem como foco o entretenimento, induzir pessoas a obedecer comandos inusitados para entreter público fascinado por tal domínio.

Natural e infelizmente esse tipo de abordagem foi a que se popularizou e cristalizou no imaginário popular algumas percepções distorcidas sobre a técnica que perduram até hoje.

O uso “circense” da hipnose mais exageros típicos da ficção ajudaram a associá-la a questões místicas, esotéricas, de procedência duvidosa com aura de charlatanismo. Em suma, uma percepção negativa que desperta não só descrença como receio.

O grosso da população ignora que a hipnose foi inicialmente concebida como uma ferramenta para auxiliar tratamentos de transtornos mentais e continua a ser usada para com esta finalidade.

Como já mencionado, a hipnoterapia clínica tem essa finalidade. Usa a hipnose como uma ferramenta terapêutica para tratar das mais diversas desordens mentais.

Ela é praticada e reconhecida por órgãos reguladores da área da saúde no Brasil e em outros países, como os EUA.

O método de hipnose

Prosseguindo sobre as explicações de hipnose clássica e Ericksoniana, ainda seguindo com hipnose clínica ela é um nível profundo de comunicação. O paciente é induzido a um estado de transe por meio de instruções e sugestões por parte do hipnólogo.

Em nenhum momento, entretanto, o paciente perde a consciência. Ele fica em um estado de transe, mas consciente do lugar em que está e o que faz. Mesmo nesse estado o indivíduo não comete ações que contrariem seus valores e princípios.

Na abordagem clássica, o hipnotizador é o condutor do processo de transe hipnótico. Cabe-lhe relaxar o paciente física e mentalmente o orientando a fazer alguns procedimentos.

Uma vez em transe, o hipnoterapeuta continua a frente do processo identificando memórias e padrões e aplicando técnicas para reformular processos mentais problemáticos derivados de eventos passados traumatizantes e mal resolvidos.

A hipnose clássica segue a ideia de que a mente atende a todas as ordens que recebe. Por isso, o hipnólogo faz sugestões em tom de comando, de forma impositiva.

A hipnose atua no sentindo de estimula a quebra de crenças limitantes, reformular padrões de pensamentos nocivos e mal processados para causar desbloqueios e superação de eventos traumáticos.

A hipnoterapia pode tratar variados transtornos de origem emocional:

• Depressão;
• Fobias;
• Vícios;
• Distúrbios alimentares;
• Pânico.

E muitas outras desordens psíquicas.

A hipnose Ericksoniana

Seguindo com as explicações sobre hipnose clássica e Ericksoniana, chegou à vez de abordamos esse conceito mais recente dos estudos de hipnose, mas com certeza o que se encontra mais em alta.

O método Ericksoniano é o usado por muitos coaches na atualidade para tentar desenvolver habilidades internas do indivíduo e elevar sua autoestima.

É um conceito de hipnose criado pelo psiquiatra Milton Erickson.

Um método de hipnose adaptado à personalidade dos indivíduos. Usa de linguagens inconscientes para fazer com que o indivíduo entre em contato com os recursos disponíveis no seu inconsciente.

O papel do hipnólogo é de orientá-lo para que descubra por si mesmo os caminhos internos para despertar suas potencialidades adormecidas.

Entender o papel do hipnoterapeuta na hipnose clássica e Ericksoniana é fundamental para compreender o ponto de distinção e também de similaridades entre os dois métodos.

A diferença entre hipnose clássica e Ericksoniana

Se na hipnose clássica, o hipnoterapeuta exerce uma voz de comando, impõe sugestões ao paciente, à abordagem Ericksoniana coloca o indivíduo como principal responsável por suas mudanças mentais conquistadas.

O hipnólogo não determina ordem, mas orienta usando uma linguagem permissiva e paternal.  A lógica desse pensamento é que com essa abordagem há menos resistência do subconsciente para aceitar as sugestões do especialista.

Um exemplo dessa abordagem é em vez do hipnoterapeuta dizer “faça isso”, ele sugere “o que acha de fazer isso?”.

A opinião do paciente é considerada, a metodologia Ericksoniana respeita os valores e crenças do indivíduo para induzi-lo a um processo espontâneo de descoberta para solucionar seus próprios conflitos.

Portanto, para reforçar o ponto distintivo entre hipnose clássica e Ericksoniana:

Hipnose clínica clássica: hipnoterapeuta como principal agente condutor ao estado de transe e reformulação de padrões de pensamento;

Hipnose Ericksoniana: parte da premissa de que todos têm capacidade para encontrar soluções dentro de si para superar adversidades. O hipnológo se limita a ser um orientador.

Hipnose clássica e Ericksoniana: qual delas é usada atualmente?

Pode-se se dizer que a hipnoterapia dos tempos modernos flerta com um modelo híbrido que usa elementos tanto da abordagem clássica quanto a Ericksoniana.

É preciso deixar claro que ambos os métodos usam da mesma ferramenta, hipnose, e alcançam resultados satisfatórios. O que muda apenas é o processo, a abordagem e que não necessariamente são conflitantes.

Pelo contrário, podem ser complementares e proporcionar extraordinário nível de personalização no atendimento.

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