A mente subconsciente é um dos temas mais fascinantes da psicologia. Mereceu atenção especial de Sigmund Freud que se dedicou muito para estudar essa parte oculta de nossa percepção focal.

Na verdade, seus estudos sobre o tema foram responsáveis por popularizar suas teorias e fundar o que hoje conhecemos como psicologia moderna.

Mas porque a mente subconsciente desperta tanto interesse? Qual é a sua importância e como ela funciona?

Ter claro a resposta para essas questões é importante para entender a causa para diversas doenças de origem emocional e também para entender a lógica dos tratamentos dessas doenças.

A compreensão sobre o desenvolvimento dos transtornos psicológicos colabora para nos sentirmos menos inseguros, desorientados e sem norte sobre os caminhos a seguir para lidar com o problema.

Também é útil para nos dá força nos momentos mais difíceis do tratamento ou para evitar charlatanismo.

Se você no momento sofre de alguma angústia emocional que não consegue identificar causa, se você está a procura de soluções para o seu sofrimento, ou se você chegou até aqui por curiosidade para entender mais sobre o tema, convido a seguir com a leitura.

Nos próximos tópicos abordarei as principais questões sobre a mente subconsciente.

Confira!

A última parte do iceberg

Para iniciar a explicação sobre o funcionamento da mente subconsciente e sua importância para nossa espécie, sem dúvida é necessário defini-la. Afinal, o que seria a mente subconsciente?

Convencionalmente define-se o subconsciente como uma das partes que divide a mente.

No entanto, essa divisão é apenas uma forma de classificar funções distintas executadas por nosso cérebro, visto que a mente não é algo físico, não pode ser dividida.

Para representar o papel de cada grupo que formam essa divisão, é corriqueiro o uso da ilustração do iceberg.

A consciência, a outra “metade”, é a ponta do iceberg. É a parte racional do cérebro onde usamos nossa capacidade de análise para tomar decisões, exercer nossa força de vontade e recorrer à memória de curto prazo.

É onde passamos grande parte de nossa vida. É o trecho mais “visível” de nossa mente, pois conseguimos avaliar as causas que nos levaram a agir de determinado modo, a executar uma ação específica.

Já o subconsciente é a base do iceberg, o trecho que está abaixo da linha d’água, por isso não podemos ver.

É o local que nossos sentimentos, emoções, traumas ficam armazenados. É onde está depositada a nossa essência, os impulsos que nos movem a agir de determinado modo mesmo sem saber por que.

Outra analogia que pode ser feita sobre a mente subconsciente é que ela seria a memória RAM de nossa CPU. É uma espécie de software desenvolvido ao longo dos anos onde inserimos informações conforme a nossa vivência. Um programa feito a partir de nossas crenças mais arraigadas.

Esse programa, esse conjunto de crenças e experiências emocionais acaba nos inclinando a agir de determinado modo, mesmo se for contrário ao que desejamos.

Como funciona a mente subconsciente?

A mente subconsciente é uma transmissora de mensagens estimulada por fatores externos captados pelo nosso consciente.

Esses estímulos acionam padrões de comportamentos, despertam sensações que costumamos nomear como “subjetivas”, particulares de cada indivíduo.

Imagine que você está andando pela praça e de repente ver um algodão-doce. Você, de uma maneira que não sabe explicar, fica feliz ao ver o doce. Racionalmente, essa alegria repentina não tem sentido.

O que você ganhou? Qual foi o benefício? O que há de engraçado? Você está comendo ele? Estava com vontade de comer um?

Não, nem se lembrava da existência dele, mas ficou feliz de vê-lo. O que sua consciência não “se recorda”, é que o algodão-doce sempre esteve associado a momentos prazerosos na infância, ao lado de familiares e amigos.

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Ao ver esse algodão-doce, essas boas emoções associadas foram evocadas pelo seu subconsciente e despertaram sensações prazerosas que influenciaram seu humor.

Resumindo: o consciente faz um trabalho mais “robótico”, analisa e identifica informações do mundo externo. Já o subconsciente qualifica essas informações e aciona reações “pré-determinadas” para cada uma, em conformidade com as experiências e crenças acumuladas ao longo da vida.

Conflitos

Quando as sensações despertadas pelo subconsciente correspondem com as vontades do consciente, é o melhor cenário. Você não terá que lidar com questões internas para fazer ou deixar de fazer o ato.

Mas quando há um desalinhamento dos desejos dessas duas camadas de nossa psique, estabelece-se um conflito, uma auto sabotagem que pode culminar em transtornos psicológicos.

Como dito, a mente subconsciente é o local que armazena nossas emoções, todas as emoções. Boas e ruins. Nossos traumas, as lembranças terríveis que queremos esquecer e reprimimos ficam no nosso subconsciente.

O trauma geralmente é uma questão que não foi bem trabalhada emocionalmente, foi evitada para cessar a dor.

Contudo, por não ter sido resolvida, fica pendente e sempre que o consciente se expõe a situações que remetam a experiência traumatizante, ela volta a tona e causa o choque, o conflito.

Acessando o subconsciente

Fica patente ao entender o funcionamento do lado oculto do iceberg como se origina os traumas, os transtornos psicológicos que prejudicam a qualidade de vida de milhões de pessoas pelo mundo.

Fica claro também que a solução para esses problemas passa por acessar de alguma forma essa parte da mente.

A lógica é: se há uma questão mal resolvida reprimida na mente subconsciente, é preciso identificar esse sentimento negativo e confrontá-lo, ressignificá-lo.

Esse é o objetivo da psicoterapia, por exemplo. A conversa com o profissional tem como principal objetivo acessar o subconsciente, identificar o trauma por meio dos relatos.

Outras técnicas usadas para este fim são:

• Associação livre;
• Sonho dirigido;
• Testes projetivos.

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Esta última é a que proporciona resultados mais rápidos. Usa-se a técnica da hipnose para relaxar o paciente ao máximo para baixar a resistência do estado consciente.

O hipnólogo consegue, desse modo, acessar as informações armazenadas no “eu profundo”, identificar os eventos traumáticos e aplicar exercícios mentais para o paciente fazer uma releitura dos fatos passados.

Para mais informações sobre técnica!

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